domingo, 12 de junho de 2016


O QUE É O CERRADO? o berço das águas nossa terra mãe pré-cambriana o útero terrestre de onde brotam as nascentes mais lindas os cristais mais puros as belezas mais cristalinas Ivan Anjo Diniz



Coopera com a natureza e preserva. Coopera com a natureza e planta. Coopera com a natureza e se conscientiza de que os portais sagrados de Gaia precisam da nossa consciência para se manterem vivos. Para nos manterem vivos.

Coopera com a natureza e acorda. 

Acorda e observa que o cuidado e a preservação nos dão acesso e nos contactam com as camadas mais profundas do nosso próprio ser.

Giselle Maria



Suspensa em beleza, encantada Finalmente eis, a Chapada! Agora sim, começo a respirar Verdadeiramente, me despir Agora sim, posso me revelar Gradativamente, ouso sentir Já posso tirar a máscara Já posso viver sem mágoas Já posso colher do chão Dividir, fazer, comer o pão Thiago Roots

sábado, 11 de junho de 2016



RENASCIDOS VAMOS Respeitar os ciclos Renovar a vida Reflorestar os campos Repensar nosso consumo Reviver a alegria De sermos orgânicos De sermos puros De sermos sadios De sermos felizes Ivan Anjo Diniz


Travessia Já não sabia mais de onde era Aquele chamado misterioso dominava seus atos Toda vez que o ouvia era obrigado a adentrar em seu peito o Cerrado Os pés descalços não sentiam os espinhos o junco apodrecido limpava sua alma e o rio corria em suas veias Apenas estar ali o alimentava Olhar o morro a frente e se imaginar no topo sentir a imensidão como a expansão do seu corpo Os bichos se aproximavam sem medo ela era um deles o cheiro do mato exalava a transmutação em seus dedos Seus braços viraram raízes que se uniam a mata Seus pés asas e agora deslizava Apenas de olhar para planta penetrava nas folhas e corria na seiva se tornava semente e brotava de novo Thiago Roots



Oração Contemplo o cerrado Solo sagrado Berço das águas Coração do Brasil Fruto da terra Semente voadora Cristal transformador Agradeço por chegar Nesse campo revelador E poder liberar a dor E sentir o amor Do Espírito Cerrado consagrado em mim. Aurora Liuzzi



PRECE
Deixem-me livre e permitam que voos de esperança sejam encorajados e fortaleçam em meu peito o respeito à natureza e a reverência pela vida

Deem-me asas para voar, deem-me asas que me permitam alcançar céus, terras, horizontes, sonhar e realizar mudanças que resultem em metamorfoses onde brotem novas e puras sementes...

Deem-me asas que me possibilitem amparar o renascimento do verde e fazer parte dele,

Deem-me asas que permitam eu me unir à existência e compreender que também sou parte da força de transformação e recuperação da natureza

Deem-me asas para que eu possa me juntar à você para percorrermos o caminho do cerrado e sermos suas asas e sua voz de renovação e liberdade

Giselle Maria


sexta-feira, 10 de junho de 2016



Houve um tempo onde se lia Na linha reta do horizonte Fronte à Chapada com seus montes Poemas tortos entre puras fontes Árvores tortas os escreviam Assim se confundiam, com as linhas do horizonte Hoje vejo a linha reta, que se perde em meu olhar Tento mas não vejo, torta entre os cometas, aquela velha caneta Triste sabia, a magia não mais havia Agora vejo soja, vejo o nada, assim leio meu desejo Desejo em um raio que essa vertigem desapareça Que de volta entre linhas e canetas tortas, meu cerrado refloresça... Helena Aragão



No colo da Mãe Terra me deito Desta vez quem a acaricia sou eu Thiago Roots




E o Cerrado? Está limitado Sendo explorado Cortado e ceifado Quase acabado Serrado e envenenado De um jeito inadequado Tristemente lesado Totalmente violentado Sendo velado Foi premeditado Cuidado: Está tudo errado! Giselle Cavati

Me curvo diante de ti Confio na sua força transformadora Me mostre o caminho Eu seguirei o seu rastro Sinto a presença do grande espírito E celebro a sua passagem Aurora Liuzzi

quinta-feira, 9 de junho de 2016


Olhei o cerrado Todo alinhado De lado a lado Corri em busca do perdão Para ver a vida que pulsa De dentro da tradição Vi o pequeno agricultor e a espera pelo feijão Colhido pelas suas próprias mãos. Aurora Liuzzi


Pega aquele Cerrado ali e corta! 
Tire todas essas árvores tortas
Esse mato sem valor
Desvie a nascente
Destrua a Vereda
Passe o trator e jogue semente
Deixe só madeira morta 
Com um pouco mais de sorte
Minha ganância e um bom engenheiro
Daqui vou tirar dinheiro!

Thiago Roots
Contra as máquinas que destroem a terra Táticas que promovem a guerra Dos métodos que justificam os meios Com céticos que constroem conceitos Sou de oração De luta e resistência Tenho coração Sangue forte e resistência Aguentamos seus cortes Seus valores mesquinhos Somos mais fortes E não estamos sozinhos Thiago Roots

quarta-feira, 8 de junho de 2016


"O Cerrado pede sua ajuda
O deserto verde aproxima
A Chapada clama socorro
A Biodiversidade finda"

Thiago Roots


"Na produção acelerada
De sementes geneticamente modificadas
Perdemos biodiversidade
Esquecemos nossa ancestralidade
Vivemos condenados
Sustentados pelo consumo exagerado
Que consome a criatividade
E compromete a nossa liberdade
Prosseguir assim é o nosso fim."

Aurora Liuzzi

terça-feira, 7 de junho de 2016


"Terra nua
Adulterada
Violentada pela ganância 

Escrava de um senhor só 

Que máquina desenha suas curvas? 
Que métrica define seus traços? 
Qual lama te deixa tão turva?
Quais mãos te fazem tão fraca?"

Thiago Roots


"Devoração de árvores e peles escancaradas,
corpos nus e mentes sonhadoras.
Pelo “Planalto-alto” os sonhos se refazem. 
- delicadeza é sonhar nesses tempos de chuva que cessa antes da hora, 
de água que seca no tempo errado 
e traz o veranico de más intenções 
dos senhores feudais. 
Assim é a usurpação do Cerrado 
na passagem de um tempo 
encabulado de ilusões
que já não servem para nada."

Lorena Rodrigues 

Vento que sopra ao leste das peles, lendas da seca. 
Rezas de São Jorge, música do cavaleiro, vestígios de Veadeiros, heranças dos garimpeiros.
Descobertas sob a influência do frio, dança e romarias.
Rezam as histórias de lá, que é o canto mais guardado do Cerrado.
Céu mais estrelado ao alcance de qualquer visão.
Dizem que correm as águas puras, mandam notícias de gente da nova era.
Reza a lenda, e celebram as histórias, que o lugar chama tanto por seus salvadores
como por seus destruidores.
Qual o caminho escolher?

Lorena Rodrigues





"Todos bem acomodados? 
O veneno está na mesa! 


Pequenas porções de morte
Ministradas com destreza
Entregues à própria sorte
Consentimos sem tristeza

Peço mais clareza!
Que nos deem opções
Que perguntem se queremos
Goela a baixo tanto veneno"

Thiago Roots

segunda-feira, 6 de junho de 2016



"sinto o veneno da ambição
tiraram a mata e fizeram plantação
tudo por aqui está modificado 
o milho... a paisagem...
cadê o Cerrado que estava aqui?
precisamos de uma urgente transformação
para impedir tamanha devastação"

Mel Melissa Maurer



"dizem que o Cerrado já foi mar.... 
e voltou a ser...
um mar de soja "

Mel Melissa Maurer



"me sinto só 
cadê o Cerrado que estava aqui?
está nu
estamos todos nus
em meio a destruição"

Mel Melissa Maurer

"e nas cores da bandeira, de um país belo por natureza, a destruição em forma de plantação"

Mel Melissa Maurer

domingo, 5 de junho de 2016



É OU ERA?
"Cadê o cerrado que estava aqui?
Foi serrado. 
Acorrentado pelos tratores em ação.
Ocupado pela soja transgênica.
Humilhado pelo milhões de venenos.
Abandonado pelo poder público.
Devastado pela falta de respeito.
Esquecido pelos exploradores.
Dizimado pelo poder econômico.
Maltratado por quem esqueceu 
O que é amor à terra."

Ivan Anjo Diniz


O CAMINHO DO CERRADO

"É o caminho de casa.
O caminho da Savana.
O caminho do Berço das Águas.
O caminho da biodiversidade.
O caminho da Reserva da Biosfera.
O caminho do Pouso Alto.
O caminho dos Kalungas.
O caminho da Chapada.
O caminho dos Veadeiros.
O caminho de nossas raízes.
O caminho de nosso futuro."

Ivan Anjo Diniz


"O corpo cai sobre a cidade no romper do dia
Despertadores tocam ao som do canto dos pássaros
A cidade se levanta
Eu, já não posso mais...
Durmo profundamente e sonho com saídas, novos rumos, caminho cerrado." 

Aurora Liuzzi

sábado, 4 de junho de 2016

Apresentação do Projeto


“O caminho do Cerrado” apresenta a trajetória, pela rodovia GO-118, de uma mulher nua, usando apenas máscara e botas para protegê-la. Durante o percurso, ela observa e registra todo o desaparecimento da vegetação nativa e o crescimento das monoculturas, e todos os impactos causados por essa ação. 


Nua, ela transita pela estrada expondo seu corpo a todos esses impactos até chegar ao fim da sua caminhada adentrando na área protegida e preservada: a Chapada dos Veadeiros. Acolhida pela natureza, finalmente consegue a proteção necessária para livrar-se da máscara e pode, enfim, respirar livremente.

Um trabalho forte, chocante, revelador, que alerta e tem o intuito de mudar a visão sobre “O caminho” que a humanidade deve percorrer para manter-se em equilíbrio e proteger as futuras gerações. Um registro que nos leva a refletir sobre como agregar a sustentabilidade às atividades rurais e ao agronegócio, visando possibilitar menores impactos ao meio ambiente por meio da preservação do cerrado, esse bioma tão importante para o nosso planeta.

Outro aspecto não menos importante do projeto é a exposição do feminino que tem sido tão banalizado e erotizado em nossa sociedade patriarcal, o tabu da nudez e o resgate da sabedoria e do empoderamento feminino, da liberdade das mulheres serem o que são, da forma que quiserem ser, sem se sentirem ameaçadas ou inferiores. 


Elementos do projeto:

A mulher: Representa a mãe natureza que tem o poder e capacidade de gerar a vida, de nutrir seus filhos e sustentá-los com o poder do seu “leite”. A mulher representa a delicadeza, a fragilidade, a beleza, assim como a transformação, a renovação da vida, a proteção que toda mãe tem por seus filhos, a força que as mulheres possuem para seguir mesmo diante das adversidades.
Com sabedoria e sensibilidade podemos fazer uso dos recursos naturais de maneira sustentável, sem utilizar os recursos de maneira inconsequente.

O nu: Representa a exposição que estamos sofrendo ao estar em contato com todas as degradações. O contato da pele nua, sem vestimenta, sem nenhuma proteção, com as degradações encontradas demonstra a fragilidade da humanidade diante do desmatamento e do uso de agrotóxicos. A pele em contato direto com a destruição durante toda a trajetória remete à pouca durabilidade do nosso corpo e da sociedade diante dos excessos cometidos arbitrariamente.

A estrada: Representa “O caminho do Cerrado”, a trajetória de desaparecimento desse bioma entre o trecho Brasília e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, na estrada GO-118. Remete ao caminho real que o cerrado está seguindo, assim como os outros possíveis caminhos que devemos percorrer para manter e preservar a nossa savana brasileira.

A máscara: Representa a proteção necessária pra se seguir no meio de toda degradação. É a única maneira de respirar, sem se contaminar, nesse cenário de agressões e destruições que se apresentam pelo “O caminho do Cerrado”.

A bota: Representa a proteção necessária para a longa caminhada, 230 Km de devastação.

As tarjas pretas: Representam a contaminação do leite, que antes gerava o sustento sagrado, e que não poderá ser utilizado para alimentar as gerações futuras. Remete às degradações em excesso que poluíram o corpo e o leite da mãe natureza. 

O projeto fotográfico possui cunho artístico e denunciativo sobre a devastação crescente do Cerrado gerada principalmente pelo agronegócio. É um alerta sobre a aproximação e extensão dessas atividades por todo o percurso entre Brasília e o munícipio de Alto Paraíso de Goiás - Chapada dos Veadeiros.

As imagens fazem com que um novo olhar se abra sobre o caminho que o Cerrado, considerado a savana com maior biodiversidade do planeta, e a região da Chapada dos Veadeiros - Patrimônio Natural da Humanidade (UNESCO), vem enfrentando.

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sexta-feira, 3 de junho de 2016

Lançamento Digital 05 de junho de 2016 - Dia do Meio Ambiente!



Lançamento Digital 05 de junho de 2016 - Dia do Meio Ambiente!
Projeto fotográfico de cunho artístico e denunciativo sobre a devastação crescente do Cerrado gerada principalmente pelo agronegócio. É um alerta sobre a aproximação e extensão dessas atividades por todo o percurso entre Brasília e o município de Alto Paraíso de Goiás - Chapada dos Veadeiros - Patrimônio Natural da Humanidade!