O projeto fotográfico possui cunho
artístico e denunciativo sobre a devastação crescente do Cerrado gerada
principalmente pelo agronegócio. É um alerta sobre a aproximação e extensão
dessas atividades por todo o percurso entre Brasília - Capital do país e o
munícipio de Alto Paraíso de Goiás - Chapada dos Veadeiros. As imagens
fazem com que um novo olhar se abra sobre o caminho que o Cerrado, considerado
a savana com maior biodiversidade do planeta, e a região da Chapada dos
Veadeiros - Patrimônio Natural da Humanidade (UNESCO), vem enfrentando.
“O caminho do Cerrado” apresenta a
trajetória pela rodovia GO-118, de uma mulher nua, usando apenas máscara e
botas para protegê-la. Durante o percurso, ela observa e registra todo o
desaparecimento da vegetação nativa e o crescimento das monoculturas, e todos
os impactos causados por essa ação. O Cerrado está nu.
Ela transita pela estrada, com o objetivo
de demonstrar a fragilidade do ser humano diante a devastação, até chegar ao
fim da sua caminhada. Na área protegida e preservada da Chapada dos Veadeiros,
sente-se acolhida pela natureza e finalmente consegue a proteção necessária
para livrar-se da máscara e pode, enfim, respirar livremente.
Um trabalho forte, polêmico e revelador,
que alerta e tem o intuito de mudar a visão sobre “O caminho” que a humanidade está
percorrendo. Um registro que nos leva a refletir sobre como agregar a
sustentabilidade às atividades rurais e ao agronegócio, visando possibilitar
menores impactos ao meio ambiente por meio da preservação do Cerrado, esse
bioma tão importante para o nosso planeta.
Outro aspecto não menos importante do
projeto é a exposição do feminino que tem sido tão banalizado e erotizado em
nossa sociedade patriarcal, o tabu da nudez e o resgate da sabedoria e do
empoderamento feminino, da liberdade das mulheres serem o que são, da forma que
quiserem ser, sem se sentirem ameaçadas ou inferiores.
Próximos
Passos
Nos próximos passos do projeto está a
busca de apoios e patrocinadores para a criação de um documentário do projeto
(já em andamento), uma exposição física das imagens, participação em eventos
ligados a preservação do Cerrado, apoio de organizações preocupadas com a causa
ambiental.
Elementos do projeto:
A mulher: Representa a mãe natureza que tem o poder e capacidade de gerar a vida, de nutrir seus filhos e sustentá-los com o poder do seu “leite”. A mulher representa a delicadeza, a fragilidade, a beleza, assim como a transformação, a renovação da vida, a proteção que toda mãe tem por seus filhos, a força que as mulheres possuem para seguir mesmo diante das adversidades.
Com sabedoria e
sensibilidade podemos fazer uso dos recursos naturais de maneira sustentável,
sem utilizar os recursos de maneira inconsequente.
O nu: Representa a exposição que estamos sofrendo ao estar em contato com todas as degradações. O contato da pele nua, sem vestimenta, sem nenhuma proteção, com as degradações encontradas demonstra a fragilidade da humanidade diante do desmatamento e do uso de agrotóxicos. A pele em contato direto com a destruição durante toda a trajetória remete à pouca durabilidade do nosso corpo e da sociedade diante dos excessos cometidos arbitrariamente.
A estrada: Representa “O caminho do Cerrado”, a trajetória de desaparecimento desse bioma entre o trecho Brasília e o Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros, na estrada GO-118. Remete ao caminho real que o cerrado está seguindo, assim como os outros possíveis caminhos que devemos percorrer para manter e preservar a nossa savana brasileira.
A máscara: Representa a proteção necessária pra se seguir no meio de toda degradação. É a única maneira de respirar, sem se contaminar, nesse cenário de agressões e destruições que se apresentam pelo “O caminho do Cerrado”.
A bota: Representa a proteção necessária para a longa caminhada, 230 Km de devastação.
As tarjas pretas: Representam a contaminação do leite, que antes gerava o sustento sagrado, e que não poderá ser utilizado para alimentar as gerações futuras. Remete às degradações em excesso que poluíram o corpo e o leite da mãe natureza.
O projeto foi realizado entre os meses de
março e agosto de 2016, retratando as duas estações bem definidas da região,
fim das chuvas e auge da seca, sem qualquer apoio financeiro até o momento. Ao
todo foram 10 dias de sessões fotográficas e mais de 12.000 clicks, com
aproximadamente 800 imagens selecionadas e editadas.
Serviço:
1ª etapa - Lançamento on line do Projeto O Caminho do Cerrado - 05 de junho de 2016 – Dia do Meio Ambiente
2ª etapa – Continuação do Projeto O Caminho do Cerrado – de 05 a 11 de setembro de 2016 – Dia do Cerrado
Conheça as redes do projeto:
Parabéns pelo projeto. Temos que lutar contra o ataque ao meio ambiente desmensurado.
ResponderExcluirParabéns pela iniciativa e sensibilidade!
ResponderExcluirParabéns! Bela iniciativa e linda modelo.
ResponderExcluirEstou impressionado com a iniciativa. O trabalho, ao mesmo tempo artístico, desperta para uma realidade que estamos vivendo com a destruição do nosso cerrado.
ResponderExcluirSem falar que, de Brasília até a Chapada dos Veadeiros nota-se o desprezo e a falta de iniciativa por parte dos responsáveis.
Trabalhei numa multinacional do setor elétrico brasileiro onde tive acesso à alguns projetos referentes a construção de hidrelétricas na região da Chapada dos Veadeiros, com a alegação de que o à região é um grande potencial para a geração de energia. Confesso que ficava "arrepiado" quando ouvia falar sobre o assunto.
Gostaria muito de contribuir, de alguma forma, com esse projeto de vocês. Deixo meu contato (61) 8282-8605.
Parabéns!